30 de abril de 2018

1º de Maio-Dia do Trabalho: A Enfermagem e a busca pela valorização

 

Os novos cenários dos ambientes de trabalho tem despertado nos profissionais de Enfermagem, fomentados em grande parte pela terceirização, precarização dos contratos de Trabalho, ausência de Concursos Públicos e subfinanciamento do SUS, os anseios da categoria na busca por melhorias, condições dignas de trabalho e de remuneração assim como a luta por novos horizontes que proporcionem o Trabalho Decente, onde mais que um emprego o profissional sinta-se amparado por um ambiente de trabalho com reconhecimento da valorização e onde a enfermagem seja vislumbrada como uma missão de vida com reciprocidade de reconhecimento entre profissional, pacientes e gestores.

Nesse sentido, as Entidades da Enfermagem tem angariado a conquista de Projetos de Lei importantes para a qualidade de vida dos profissionais a exemplo do Projeto de Lei 2295/2000, que requer uma Jornada de Trabalho de 30 horas semanais, que tramita há 18 anos na Câmara Federal sem êxito, no entanto a municipalização da Jornada de 30 horas tornou-se uma realidade mais próxima, quando vários Estados e municípios já aprovaram Jornada de 30 horas e até inferior a 30 horas em alguns.

DESAFIO DOS AMBIENTES DE TRABALHO: Outro grande desafio atual encontram-se nas instituições de saúde com suas inúmeras dificuldades relacionadas aos recursos físicos, recursos materiais e humanos, pois embora algumas correções estejam sendo realizadas, a passos muito lentos, a inadequação da área física dos estabelecimentos de saúde, os baixos salários, a falta de cumprimento de Adicionais como Insalubridade e Adicional Noturno em alguns locais ainda é uma realidade que acarretam transtornos como insatisfação dos profissionais, dificuldade nos fluxos de pessoal, clientes e materiais comprometendo a qualidade da assistência à saúde e a segurança do paciente.

CRISE NA SAÚDE, CONDIÇÕES INSALUBRES DE TRABALHO: A escassez de recursos materiais básicos e de equipamentos necessários para a execução das ações inviabilizam o cumprimento de protocolos básicos durante o atendimento implicando em riscos para o cliente, para a instituição e para o profissional. Quanto ao quantitativo e qualitativo de recursos humanos para execução dos cuidados à saúde podemos afirmar que são poucas as instituições que prestam assistência aos pacientes com o número de profissionais que necessitam, especialmente em relação à equipe de enfermagem que representa o maior número de profissionais dos estabelecimentos de saúde. Na enfermagem o quantiqualitativo de recursos humanos adequado para a prestação do cuidado deve ser determinado pelo dimensionamento de pessoal que representa uma preocupação constante para os enfermeiros uma vez que está diretamente relacionado à qualidade da assistência prestada e a ocorrência de eventos adversos, o que compromete a segurança e a satisfação dos clientes. A segurança do paciente, dentre outros aspectos, envolve a ocorrência de eventos adversos. Esses, por sua vez, configuram-se como um indicador de qualidade da assistência prestada e sua ocorrência leva a resultados que prejudicam a segurança dos clientes, podendo causar aos mesmos até mesmo lesões irreversíveis e até a morte. Outro aspecto a ser considerado quando abordamos o dimensionamento de profissionais de enfermagem (DIPE) se refere aos trabalhadores da equipe. Estudos internacionais mostram que existe uma relação inversamente proporcional entre o número de profissionais de enfermagem, a fadiga emocional dos mesmos, a insatisfação no trabalho, podendo, ainda, implicar em questões legais e de saúde do trabalhador. Além disso, o quantitativo de profissionais inferior ao número necessário para prestar atendimento ocasiona aumento da carga de trabalho levando à alta rotatividade, implicando em novas contratações, horas de treinamento e de aperfeiçoamento e, consequentemente, em aumento dos custos hospitalares .

EMPODERAMENTO DA ENFERMAGEM: Em meio a tantos desafios faz-se necessário uma reflexão sobre a necessidade do empoderamento da Enfermagem e quais os caminhos a serem seguidos, a tão sonhada valorização é mais do que um Ato, é um processo que permeia outros processos desde a Formação, a Visão atual que os profissionais tem sobre si, a construção de Políticas Públicas Trabalhistas que passem não somente por uma Remuneração Digna, condizente com a Grandeza do Trabalho da Enfermagem, mas também uma nova Política que passe pela Dignidade Humana tanto do Profissional quanto do paciente, que aflore o fortalecimento das lutas e preparos necessários para o enfrentamento dos desafios atuais e que essas lutas tenham real conversão em resultados e ganhos positivos para os profissionais de Enfermagem.

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